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01/06/2022 - 11h10

Se as empresas começaram um movimento de ESG, precisamos ressignificar o que é sucesso na carreira

Líderes devem estar comprometidos em alterar seu estado de consciência, diz Augusto Júnior, do Instituto Anga

 

Por Augusto Júnior*

 

O que é ter sucesso na carreira? O termo mudou significativamente de uns anos para cá e, não por menos, necessita sempre ser redefinido e atualizado. É necessário pensar nesse assunto levando em consideração sua performance como indivíduo e seus resultados para a organização, mas não pode-se esquecer do impacto que será gerado no mundo, ressignificando assim o que é ter "sucesso na carreira" e trazer uma nova abordagem de liderança.

 

Extremamente comuns atualmente, as escolas de negócios precisam começar a abordar a essência da liderança para modificar esse conceito e se desprender do passado. Temos que mergulhar na estrutura de conteúdos e formações que estamos dando para as próximas gerações de líderes, onde, de fato, a busca por autoconhecimento e inteligência emocional tem um começo, mas não tem um fim.

 

Entender e compreender que as emoções fazem parte desse processo é um passo fundamental; que quando aprendemos a enxergar nossos sentimentos, aprendemos como passar por diferentes situações e, principalmente, ampliamos nossa capacidade de empatia e influência.

 

O ponto de partida para uma liderança que inspira e transforma a autoconsciência é essa busca para sermos nossa melhor versão, ao mesmo tempo que cuidamos da nossa saúde de maneira integral. O autocuidado e a autoconsciência vão inspirar as pessoas ao nosso redor pelo exemplo, mas também vão nos tornar lideranças mais sensíveis e atentas aos outros.

 

O escritor Simon Sinek (autor do livro Encontre Seu Porquê) diz que o grande segredo da liderança é cuidar do seu time, enquanto o seu time cuida de seus negócios. Se não cuidarmos bem da nossa equipe, teremos dificuldade de liderar e engajarmos naturalmente. Se uma liderança para de aprender, ela automaticamente para de liderar.

 

Líderes devem usar ferramentas e princípios para ampliar suas capacidades, mas o que faz a diferença é o quanto esse líder de fato está comprometido em alterar seu próprio estado de consciência. Por muitos anos, as escolas de negócios focaram somente na parte executiva da gestão e necessitamos de uma outra parte que nos humaniza, que amplia nossa consciência e eleva nossas almas. Programas como o Young Leaders, que já formou mais de 100 jovens lideranças, buscam tratar diferentes dimensões desse espectro, como a liderança de si, a liderança da organização e a liderança da sociedade.

 

A síndrome de burnout foi considerada a doença do século, consequência das relações que temos, principalmente com os nossos líderes. É preciso ter muito cuidado, afinal, a liderança que não cresce, se torna a tampa que limita o crescimento do restante da organização. É necessário crescer, evoluir, melhorar e dessa forma se expandir.

 

É preciso criar consciência de que, somente quando houver lideranças mais humanas, vulneráveis e emocionais, teremos líderes de verdade. A partir do momento em que você se conhece, se ama e se aceita, terá poder de se conectar da maneira mais genuína possível e assim gerar transformação.

 

A forma como vemos o mundo, as pessoas e as organizações vai determinar a forma como interagimos com cada um desses elementos. Ao evoluir nossa consciência, evoluímos nossa capacidade de lidar com os diferentes elementos. Por isso, evoluir nossa liderança tem relação total com a evolução da nossa humanidade.

 

*Augusto Júnior é diretor institucional do Instituto Anga

 

Foto: Divulgação/Instituto Anga