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19/06/2023 - 10h43

Trabalho híbrido e a cultura do pertencimento no ambiente corporativo

Ana Claudia Oliveira, líder de RH da Continental, comenta mecanismos e estratégias para manter o fit cultural

 

 

Por Ana Claudia Oliveira*

 

 

A possibilidade do revezamento do trabalho presencial e remoto no pós-pandemia é uma realidade que chegou para ficar. "Flexibilidade" é palavra de ordem quando falamos em atração e retenção de talentos. De acordo com a pesquisa Desafios do RH em 2023, desenvolvida pela Atlas em parceria com a plataforma Think Work, 57% de um total de 69 empresas entrevistadas pretendem manter o trabalho híbrido ou remoto e 14% planejam ampliar o modelo.

 

O engajamento no sistema híbrido demanda, da empresa, a criação de outros mecanismos e estratégias para que chegue a todos e ainda mantenha o fit cultural. O ambiente organizacional que conta com essa flexibilidade, naturalmente, eleva o nível de satisfação das pessoas, que evitam desgastes diários de trânsito, conseguem equilibrar melhor os desafios profissionais e pessoais.

 

A grande questão é: como manter essas pessoas, que estão trabalhando a distância com o mesmo nível de informação e participação no dia a dia em igualdade de condições daqueles que estão no presencial? É nessa hora que existe a necessidade de soluções e oportunidades que otimizam as interlocuções com o suporte da tecnologia. Possuímos um vasto calendário de atividades virtuais e qualificamos nossas lideranças para atuar melhor no mundo híbrido, se mantendo próximo e conectado com seu time. Tudo isso é essencial e colabora para manter o engajamento das pessoas.

 

Dentro desse conceito de flexibilidade, uma das apostas é o Período Sabático. Se trata de uma licença não remunerada, como um período requerido pelo empregado para investir em questões pessoais, profissionais e/ou familiares. Vários podem ser os motivos para este requerimento, tais como: realizar um curso ou formação profissional para desenvolvimento de carreira, necessidade de tempo adicional para os cuidados maternos ou paternos que ultrapasse o período da licença legal adotada pela companhia, necessidade de tempo adicional para os cuidados de familiares em decorrência de enfermidades, experiência internacional para desenvolvimento profissional, garantir um tempo maior de dedicação à família ou desenvolver um projeto pessoal, entre outros. Esse benefício pode ser acionado por qualquer funcionário, independentemente do cargo. Basta que o beneficiário tenha, pelo menos, um ano de empresa e que essa modalidade de licença seja de até um ano.

 

Ações práticas para que os colaboradores se sintam acolhidos e escolham diariamente continuar na empresa é fundamental. Essas iniciativas se traduzem em bons motivos que fazem com que o profissional queira permanecer na companhia, incluindo o clima organizacional, o coleguismo e a colaboração existente entre todos, o respeito nas relações, o perfil das lideranças, o ambiente de trabalho justo e seguro, oportunidades de carreira e o reconhecimento.

 

O aspecto mais significativo dessa cultura ímpar de protagonismo das pessoas é que elas se tornam embaixadores da marca, participam dos comitês de diversidade, dos grupos de afinidade, de projetos, entre outras inciativas que vem ganhando visibilidade, até a possibilidade de um intercâmbio com outras unidades globais da companhia.

 

Os funcionários poderão organizar melhor as suas vidas e demandas pessoais, assim como a empresa poderá desenvolver as competências e habilidades dos seus colaboradores, viabilizando o crescimento profissional deles. Acreditamos que a diversidade é um fator decisivo para a sustentabilidade dos negócios e consideramos as medidas de flexibilidade como base essencial e relevante na promoção da igualdade de oportunidades e acolhimento de todas as pessoas.

 

 

*Ana Claudia Oliveira é vice-presidente de RH para Brasil e Argentina da Continental Automotive

 

 

Foto: Divulgação/Continental