Por Sandra Sernaglia*

 

 

Os programas de incentivo aos funcionários são implementados por empresas para melhorar o envolvimento, a produtividade e a retenção de talentos. No entanto, quando mal implementados, podem ser prejudiciais à cultura organizacional e ao desempenho dos colaboradores. Ao considerar a adequação de um programa de incentivos, é essencial prestar atenção ao modelo escolhido para evitar equívocos comuns que podem levar a consequências para as empresas. Nesse contexto, explorarei nesse artigo quais os pontos adotados por corporações, com o intuito de fornecer uma visão aprofundada dessas armadilhas associadas à motivação dos funcionários.

 

Um dos aspectos preocupantes é a possível manifestação de comportamentos antiéticos ao estabelecer metas por meio desses programas, resultando em distorções dos dados por parte dos colaboradores, que vão desde inflar números de vendas até a criação de clientes fictícios para o alcance dos resultados. Para evitar esse problema, é importante definir metas claras e realistas que sejam alcançáveis, mas desafiadoras. É importante monitorar o progresso dos funcionários e ir ajustando a rota se necessário.

 

Outro desafio é a implementação de programas desatualizados, que podem levar à insatisfação dos colaboradores. A falta de personalização prejudica o envolvimento da equipe, pois os funcionários não se sentem valorizados ou respeitados. Atualmente existem empresas especializadas na criação de programas de incentivo customizados sob medida para funcionários e corporações, oferecendo recompensas não financeiras, como reconhecimento público, oportunidades de desenvolvimento profissional ou flexibilidade no trabalho.

 

Outro erro é o uso excessivo de premiações em dinheiro, que pode minar a motivação e o engajamento do grupo, comprometendo a dedicação necessária para um ambiente saudável e produtivo. Quando os funcionários se concentram demais na recompensa financeira, eles podem perder o foco nos objetivos do negócio e no valor de seu trabalho. Para evitar esse problema, é importante equilibrar o uso de recompensas financeiras e não financeiras, garantindo que esses programas promovam um ambiente de colaboração e valorização do trabalho dos funcionários. Nesse contexto, as tendências para uma implementação eficaz incluem a integração de elementos de gamificação e ofertas de recompensas, com uma abordagem mais holística e significativa, eficazes para a motivação do todo.

 

O reconhecimento contínuo pode ser uma alternativa para isso, alcançado por meio de feedback regular destacando os pontos fortes e áreas de melhoria de cada indivíduo. Publicizar as realizações dos colaboradores, contribui para um ambiente de trabalho positivo. Essas práticas combinadas promovem uma atmosfera estimulante e centrada no desenvolvimento e valorização contínuos, com uma abordagem equilibrada e cuidadosa, considerando não apenas os benefícios potenciais, mas também os impactos negativos associados aos incentivos. Estratégias que promovem ética, colaboração e engajamento intrínseco devem ser priorizadas na gestão corporativa.

 

*Sandra Sernaglia é sócia-diretora da Imma

 

Foto: Divulgação/Imma