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20/02/2024 - 10h35

Os quatro papéis

Especialista em T&D, Yuri Trafane elenca as competências necessárias para quem assume cargo gerencial

 

 

 

Por Yuri Trafane*

 

 

Muitos profissionais ingressam na carreira gerencial e ficam empacados em algum degrau sem entender o porquê. Mais de 30 anos de observações, estudos e atuação no mundo empresarial nos permitiram conhecer um dos principais motivos: a incapacidade de reconhecer os Quatro Papéis que formam o arcabouço fundamental de competências que levam alguém a uma carreira próspera.

 

Em primeiro lugar, alguém que entra na carreira gerencial precisa entender de gente. Sem isso o fracasso é certo. Afinal, nessa posição um profissional precisa conseguir libertar o potencial das pessoas que trabalham consigo. E para isso tem diante de si dois desafios: garantir que seus liderados estejam engajados e cuidar para que eles tenham as competências adequadas para realizar com excelência suas atividades. Quando faz isso, tal profissional passa a representar seu Primeiro (e talvez mais importante) Papel: o de Líder.

 

Mas isso não é suficiente. É preciso garantir que as pessoas motivadas e competentes estejam trabalhando de forma produtiva. É aí que entra o Segundo Papel: de Gestor, responsável por transformar o potencial em realidade. Estabelecendo metas e métodos de trabalho com seus colaboradores e acompanhando-os através de conversas contínuas, o Gestor consegue garantir eficácia.

 

O que ainda não é suficiente, pois se a eficácia estiver ensimesmada é de pouca utilidade organizacional. Ou seja, se as pessoas estiverem fazendo um trabalho incrível em silos, sem considerar o impacto dele em outras áreas ou no todo da empresa, o resultado pode ser catastrófico. Afinal, como já disseram: muitas pessoas inteligentes agindo inteligentemente de forma individual podem gerar um resultado não-inteligente.

 

Então, é necessário ir além da liderança e da gestão e assumir o Terceiro Papel: Estrategista. Aquele que sensibiliza e direciona seu time para que desenvolva visão sistêmica (a capacidade de enxergar a organização como um todo) e intenção sistêmica (o desejo genuíno de abrir mão das suas agendas individuais pelo todo), gerando sinergia e coesão organizacional.

 

Tudo estaria terminado se não vivêssemos num mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. Mas, com ele, é necessário dar um passo além e assumir o Quarto Papel: Empreendedor Intracorporativo, catalisando mudanças que estimulem a reinvenção e a inovação constante de forma a garantir que as pessoas possam adaptar continuamente a organização ao mundo líquido em que estamos.

 

Aí sim: com uma equipe engajada e competente, trabalhando coletivamente de forma eficaz e evoluindo constantemente, não há carreira que empaque.

 

 

*Yuri Trafane é fundador da Ynner Treinamentos

 

 

Foto: Bernardo Coelho