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19/03/2024 - 11h43

Inteligência emocional: as expectativas das empresas em relação aos líderes

O primeiro passo para ser emocionalmente inteligente é cultivar o autoconhecimento, dizem especialistas

 

 

Por Allessandra Canuto e Valéria Oliveira*

 

 

Nos corredores corporativos e nas salas de reuniões, a discussão sobre o que constitui um líder eficaz é constante. Enquanto algumas teorias enfatizam traços de personalidade específicos, como carisma ou determinação, uma característica se destaca como fundamental em um mundo em constante mudança: a inteligência. Não se trata apenas do QI, mas de um conjunto de habilidades cognitivas e emocionais que permitem aos líderes navegar pelos desafios complexos e imprevisíveis do mundo dos negócios modernos.

 

A pesquisa da Gartner para 2024 revelou as cinco tendências que estarão cada vez mais presentes no futuro do RH. Entre elas, estão: desenvolver e formar líderes, ter os valores das empresas bem definidos e comunicá-los para as pessoas, estruturar o RH para que possa contar com o apoio das plataformas tecnológicas, otimizar o que for possível e aproveitar os insights para tomadas de decisões, estar preparado para um cenário de constante transformação e promover pessoas internamente, realocando quem já conhece a casa e a cultura.

 

Olhando para essas tendências, é imperativo que os líderes tenham inteligência emocional, uma capacidade de compreender e gerenciar as próprias emoções e as dos outros para promover ambientes de trabalho positivos e inspiradores.

 

Por onde começar

O primeiro passo para se tornar um líder emocionalmente inteligente é cultivar o autoconhecimento. Isso envolve a capacidade de reconhecer e entender as próprias emoções, bem como seus efeitos sobre seu comportamento e tomada de decisão. Ao compreender nossos os fortes, fraquezas e gatilhos emocionais, é possível desenvolver estratégias eficazes de autorregulação, que permitem lidar com o estresse, manter a calma em situações desafiadoras e tomar decisões com clareza e objetividade.

 

Outro aspecto crucial da inteligência emocional é a empatia, a capacidade de se colocar no lugar dos outros e entender suas emoções e perspectivas. É preciso ouvir ativamente a equipe, mostrando interesse e considerando as necessidades e sentimentos de cada um. Ao cultivar relacionamentos construtivos baseados na confiança, respeito e compreensão mútua, os líderes podem inspirar lealdade, engajamento e colaboração com seus times.

 

Também não podemos deixar de citar a necessidade de ter habilidade em expressar ideias e sentimentos de maneira clara e assertiva, ao mesmo tempo que demonstra sensibilidade às emoções dos outros. Ao promover uma cultura de comunicação aberta e honesta, os líderes podem evitar mal-entendidos, resolver problemas de forma eficiente e promover um clima de trabalho positivo e produtivo.

 

E em um ambiente de negócios em constante mudança, a adaptabilidade e a resiliência são habilidades essenciais para os líderes. Dessa maneira, eles são capazes de se ajustar às mudanças e desafios com calma e confiança, mantendo uma mentalidade positiva e proativa, além de inspirar e motivar suas equipes a enfrentar desafios com coragem e determinação.

 

Por fim, ser um líder emocionalmente inteligente não é apenas uma vantagem, mas uma necessidade no cenário empresarial atual. Ao desenvolver habilidades de inteligência emocional, os líderes podem criar ambientes de trabalho mais colaborativos, produtivos e positivos, nos quais as equipes se sentem valorizadas, compreendidas e motivadas a alcançar todo o seu potencial.

 

Portanto, cabe aos líderes investir no desenvolvimento contínuo de suas habilidades emocionais, buscando aprimorar o autoconhecimento, a empatia, a comunicação e a resiliência. Somente assim poderão enfrentar os desafios do mundo dos negócios de maneira eficaz e inspirar suas equipes a alcançar o sucesso em um ambiente cada vez mais complexo e competitivo.

 

 

*Allessandra Canuto é especialista em temas comportamentais e gestão da cultura e Valéria Oliveira é especialista em desenvolvimento de líderes e gestão da cultura

 

 

Foto: Mariana Spada