Por Simone Sumiyoshi*

 

A chegada de novos colaboradores, após uma aquisição, é sempre um grande desafio para a área de Recursos Humanos. Período delicado para todas as partes envolvidas, receber novos profissionais, no entanto, pode ser encarado como uma oportunidade de engajamento e união. De acordo com o estudo Employee Engagement: An Action Plan, 70% das empresas reconhecem o engajamento como prioridade entre os colaboradores, reforçando a importância de processos bem definidos e eficientes.

 

A teoria se mostra mais fácil do que a prática e foi a partir disso que a Statkraft se desafiou a mostrar que é possível integrar profissionais, com acolhimento e transparência, e ainda reforçar os laços entre equipes. Com a mais nova aquisição da multinacional norueguesa, a companhia recebeu mais de 30 novos profissionais que tiveram suas habilidades e experiências analisadas individualmente, sendo alocados dentro da estrutura da empresa. A taxa de aceitação foi cerca de 80%. A meta, ao contrário do que se vê normalmente no mercado, era não perder talentos.

 

Para atingir esse número, no entanto, houve um intenso trabalho antes e durante todo o processo. A área de RH se antecipou e se preparou, estrategicamente, considerando todas as possíveis adversidades e priorizando a transparência. Dessa forma, o setor estabeleceu planos de ação na parte financeira, administrativa, operacional e organizacional. O planejamento para o convite e recepção dessa nova equipe aconteceu em todos os setores e níveis hierárquicos, mobilizando as principais lideranças, que participaram ativamente de todo o processo. 

 

No dia da assinatura oficial, todos foram recebidos em Osório, um dos parques eólicos adquiridos, localizado no Rio Grande do Sul, pela liderança da Statkraft, para o início do evento de acolhimento, com ações de integração, com reuniões técnicas, reunindo gestores, mas também com momentos de descontração. Além disso, para recepcionar também os colaboradores de outros Estados, foram programadas sessões em São Paulo e Natal.

 

Para esse momento, além do tratamento acolhedor e humanizado, feito com transparência e clareza, a empresa se posicionou no lugar dos recém-chegados e, a partir disso, traçou a estratégia para informá-los dos cargos propostos, alinhados com eles durante o período de assessment, da confirmação da necessidade da mudança de estado, para os colaboradores de Porto Alegre, e do pacote de mobilidade, prazos e logísticas para a transferência, e todos os benefícios oferecidos para a permanência daquele profissional.

 

A partir do retorno de cada profissional, a empresa deu um passo além e organizou a Statkraft Week, uma semana inteira na sede, em Santa Catarina, para troca de conhecimento, apresentações e momentos de sinergia para que todos os que estavam chegando sentissem a importância deles na empresa, assim como para todos os que estavam recebendo. Para cada novo colaborador, um buddy (amigo em inglês) foi designado para poder apresentar a empresa, esclarecer dúvidas e, principalmente, ouvir e entender as percepções dos recém-chegados. Para o RH, era primordial que eles se sentissem acolhidos, ouvidos e compreendidos, porque entendemos que a integração e a identificação entre as pessoas são feitas com a participação e dedicação de todos os envolvidos, ou seja, todos os colaboradores.

 

Daqui para a frente, serão aproximadamente seis meses de adaptação aos processos internos, aos novos cargos e atribuições, quando enfim daremos um novo passo: a vinda oficial de parte do grupo para a sede.  A empresa adiou a ida de todos para Santa Catarina levando em conta o andamento do ano letivo e os impactos que a mudança poderia causar na dinâmica familiar.

 

Focar no indivíduo, indo além do profissional, com o entendimento das suas necessidades, e as acolhendo, na medida do possível, é o diferencial que buscamos na condução do nosso negócio, rumo ao que acreditamos ser um futuro mais sustentável para todos.

 

*Simone Sumiyoshi é diretora de RH da Statkraft

 

 

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