06/09/2024 - 12h14
O papel das empresas nas mudanças climáticas
Como o RH está envolvido com o tema é o que mostra Maria Funari, da Accesstage
Por Maria Funari*
O Brasil, mesmo sendo um país megadiverso e rico em recursos naturais, enfrenta os desafios das mudanças climáticas de forma severa, assim como todos os outros países do mundo. As recentes tragédias no Rio Grande do Sul, com as inundações e enxurradas que assolaram o estado, servem como um lembrete cruel e brutal que deixa famílias desamparadas, casas destruídas e a infraestrutura comprometida. Esses são apenas alguns dos danos causados por esses eventos.
Dada todas as tragédias naturais dos últimos anos, existe uma cobrança eminente das novas gerações às empresas para que se atentem e foquem em geração de propósito com ênfase em questões socioambientais. Mas, isso vai além de uma pauta cobrada ou de posts em redes sociais. Ações voltadas à preservação ambiental são nossa responsabilidade enquanto seres humanos e, claro, enquanto líderes, empreendedores e heads de empresas.
Calamidades como as que vivemos recentemente, para além dos impactos a vida, também se refletem na economia. Em maio, a revista Veja publicou um artigo que aponta o Rio Grande do Sul como responsável por uma fatia de 6,5% e 7% do PIB nacional; ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Imagine o peso que isso representa em número para o mercado econômico, para saúde das empresas e para o mercado de trabalho em geral.
Na Accesstage, tomamos consciência desses impactos em números e em vidas. Por isso, partimos para ação diante das ameaças que encontramos no caminho. Entendemos que ter pessoas felizes e saudáveis reflete não só na marca empregadora, mas também na prosperidade financeira do Grupo. Assim que surgiu a pauta da gravidade da pandemia de covid-19, mesmo estando 100% presencial, em menos de uma semana todos os AccessLovers estavam em home office, na segurança de seus lares e família. Cito esse exemplo pois por mais que não seja a pauta em si desse artigo, o ser humano tem o hábito de aprender pelo exemplo.
A postura que a Accesstage adotou mediante uma crise reforçou com atitudes práticas o que já vínhamos trabalhando como conceito de cultura organizacional. Entendam que o discurso sempre deve ser associado à prática!
Em 2018, iniciamos o Projeto Cultura, usando a metodologia Barret, que mapeia a Cultura Anunciada, a Cultura Vivida e a Cultura Esperada. Como resultado, chegamos nos cinco valores que norteiam a nossa conduta (Respeito, Ética, Sucesso do Cliente, Espírito Empreendedor e Sustentabilidade Financeira), sendo o principal, o Respeito.
Uma das frases mais impactantes que, em conjunto com os times, chegamos para definir esse valor é Olhe para o Outro e Veja Você. Entendem que pregarmos isso é lindo, mas o peso que essa frase carrega é enorme? Foi essa frase que norteou a decisão de manter as pessoas em segurança em casa antes mesmo de haver o lockdown. E, dado esse exemplo prático, instigamos as pessoas a vivenciarem o mesmo espírito em outras infinitas esferas dentro da Accesstage.
A partir desse trabalho de cultura, despertamos o interesse genuíno do nosso público interno e externo em ações sociais como:
► A conversão das respostas dos clientes ao nosso NPS em dinheiro doado para causas sociais como a Associação Mão na Massa, que apoiamos;
► Campanhas de doação de sangue em prol da vida. Com o engajamento do time, conseguimos salvar mais de 70 vidas;
► Arrecadações de Alimentos, Roupas e Brinquedos. Doando mais de 270 quilos de alimentos em 2023 e com expectativa de doação de mais de 400 quilos para 2024. Somando com as arrecadações de roupas, brinquedos e afins de mais de mil itens;
Essas ações práticas de empatia e respeito diariamente promovidas na nossa rotina e reforçadas em nossa cultura, nortearam os times para chegarem ao que chamamos de Despertar Empático-Social. Para que entendam o conceito disso, estamos em um momento da nossa cultura com essa ênfase Social, na qual despertamos o interesse genuíno das pessoas da Accesstage em abraçar as causas, sem que se tenha a espera de um benefício ou recompensa. É a ajuda pela ajuda somente! O bem pelo bem!
Prova disso foi o que vivemos durante todo o cenário crítico e triste do Rio Grande do Sul. Decidimos apoiar financeiramente um dos Accesslovers que mora no estado para fundar um abrigo de acolhimento das pessoas desabrigadas.
Quando nos demos conta, os times voluntariamente já haviam arrecadado alimentos, roupas e itens de higiene pessoal, um dos diretores já havia organizado a logística de entrega e as pessoas que, pela distância do escritório ou por motivos pessoais, não conseguiram doar itens físicos, se reuniram para apoiar financeiramente. Daí, repito o peso de discursos alinhados a prática e o real significado do valor Respeito – Olhe para o Outro e Veja Você. É de suma importância que as empresas se mobilizem e conquistem o Despertar Empático-Social.
O Alexandre Cardoso é gerente comercial da Accesstage e foi o profissional responsável em tomar a iniciativa de fundar o abrigo. Como empresa, tínhamos duas opções: A) Não entender a causa e por ele ser responsável em movimentar diretamente a receita da companhia, pressioná-lo insanamente para performar, mesmo diante de uma catástrofe; ou B) Parabenizá-lo por estar alinhado com nossos valores e apoiá-lo a fundar o abrigo, mesmo durante o período de expediente, pois entendemos que no final do dia até os números financeiros são sobre pessoas. A escolha foi óbvia!
Para além de uma postura reativa, precisamos assumir a responsabilidade dos impactos que os nossos negócios provocam na sociedade. Toda essa situação do Rio Grande do Sul, por exemplo, poderia ter sido evitada ou amenizada com ações que as próprias empresas deveriam ter se atentado e posto em prática. Aqui, no Grupo, temos esse cuidado. Não basta apoiarmos a cunho social durante uma tragédia, precisamos fazer de tudo para evitá-las. Por isso, na nossa pauta de ESG, principalmente na esfera de questões socioambientais, promovemos atividades que, de forma proativa, reduzem os impactos promovidos pelo nosso negócio, como:
► Mapeamento de emissão de gases: Realizamos um estudo em 2022 que indicou a necessidade de redução de gases promovidas pela Accesstage de forma direta ou indireta. Entendemos que o relato de emissão de gases da Access está em 85 toneladas e precisamos reduzir para no mínimo 74 toneladas. Para isso, iniciamos a migração dos servidores do Grupo de data centers para a AWS (nuvem). A ideia é que, apenas com a migração dos servidores, reduzamos em 12% as emissões de gases.
► Minuto Planeta: Entendemos que todos os Accesslovers também são corresponsáveis. Por isso, para apoiar a Hora do Planeta (um movimento mundial para conscientizar indivíduos, empresas e poder público a respeito dos desafios socioambientais da atualidade), toda primeira quinta de cada mês apagamos nossas luzes por cinco minutos. Neste tempo, todo o escritório trabalha apenas com iluminação natural ou indireta.
► Eliminação de Plásticos: No nosso escritório, não existe mais a compra e consumo de copos plásticos. Substituímos todos por copos 100% sustentáveis feitos de fibra de madeira, sendo uma alternativa inteligente e ecologicamente correta.
► Temos uma torre específica em People, e com metas claras, para cuidar de temas como esses. É um processo orgânico e de constantes melhorias.
Enquanto CHRO da Accesstage faço o mesmo convite a vocês: promovam em suas empresas o Despertar Empático-Social e tracem metas de preservação ao meio ambiente. Afinal, cuidar do planeta é cuidar de negócios e pessoas.
*Maria Funari é CHRO do Grupo Accesstage
Foto: Divulgação/Accesstage