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09/09/2024 - 12h08

Transformação cultural: a força motriz da mudança organizacional

Para mudar o coletivo, é imperativo mudar o individual, diz Maria Lourenço, executiva da Allianz

 

 

Por Marcia Lourenço*

 

Empresas que buscam uma mudança organizacional visando adaptar-se às rápidas e contínuas inovações que impactam o seu negócio devem encarar um processo de transformação cultural como uma necessidade estratégica. Isso porque a cultura organizacional desempenha um papel fundamental para o negócio, já que é ela quem molda comportamentos, define valores e orienta decisões.

 

A cultura de uma empresa pode ser definida, de forma concisa, como o jeito de ser e fazer da organização. Ela se manifesta no dia a dia, em comportamentos, valores e práticas que permeiam cada nível da companhia. No entanto, cultura é também um modelo mental, uma crença compartilhada por um grupo de pessoas, que molda as ações e decisões dentro da empresa, refletindo a essência do negócio.

 

Um exemplo prático desse modelo mental.: se a crença central é que o cliente é o foco das decisões, todas as ações e estratégias serão alinhadas para atender e superar as expectativas dele. Porém, se a crença dominante visa apenas resultados de curto prazo, o cliente é deixado de lado, comprometendo a sustentabilidade e a relevância da empresa no mercado.

 

Portanto, para mudar o coletivo, é imperativo mudar o individual. Uma transformação cultural não terá sucesso se antes não houver um forte impacto no comportamento do colaborador. É altamente indicado que seja feita uma revisão profunda dos valores e crenças que permeiam a empresa, demandando uma abordagem holística, em que todos os níveis da organização estejam alinhados e comprometidos com a mudança.

 

E, nesse ponto, é fundamental o papel da liderança. São os líderes os principais embaixadores da mudança, exemplificando os comportamentos desejados e inspirando confiança. Uma liderança transformacional que incentiva a inovação, a colaboração e o desenvolvimento pessoal é especialmente eficaz nesse contexto.

 

Uma cultura organizacional sólida é construída coletivamente, com a participação ativa de cada membro da equipe. Se as pessoas que acreditam nos valores da empresa não encontram uma cultura que reflita exatamente isso, a desmotivação e a alta rotatividade são inevitáveis.

 

No entanto, a transformação cultural enfrenta desafios, como resistência à mudança, falta de comunicação efetiva e alinhamento insuficiente entre os departamentos. Superar esses obstáculos exige um planejamento estratégico bem definido, suportado por comunicação transparente e liderança comprometida. A avaliação contínua do progresso por meio de métricas claras e feedback constante permite ajustes rápidos e mantém a transformação no curso certo.

 

Os benefícios de uma transformação cultural bem-sucedida são numerosos e significativos. Uma cultura saudável promove um ambiente de trabalho positivo, resultando em maior produtividade, menor rotatividade e melhor retenção de talentos. Além disso, prepara a empresa para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades de mercado com agilidade, posicionando-a melhor para liderar em seu setor e alcançar um crescimento sustentável a longo prazo.

 

A transformação cultural é uma jornada contínua e dinâmica que exige compromisso, liderança e envolvimento de toda a organização. Quando bem implementada, fortalece a resiliência e a competitividade da empresa, além de criar um ambiente de trabalho mais satisfatório e produtivo para todos os colaboradores. Em um mundo corporativo cada vez mais complexo e acelerado, investir na cultura organizacional é investir no futuro da empresa.

 

Cultura é o espírito do negócio. Mudar o negócio implica mudar a cultura. Ações fora deste contexto podem inviabilizar a estratégia empresarial.

 

 

*Marcia Lourenço é diretora executiva de RH, Comunicação e Sustentabilidade da Allianz Seguros

 

 

Foto: Divulgação/Allianz