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04/10/2024 - 12h16

O impacto da liderança corajosa

É preciso valorizar outras opiniões, ainda que isso signifique confrontar crenças, diz Gustavo Caetano

 

 

Por Gustavo Caetano*

 

 

A liderança corajosa é, sem dúvida, um dos fatores que mais moldam o sucesso e longevidade das empresas no mercado. Ao longo da minha trajetória como empreendedor, aprendi que ser um líder corajoso vai muito além de tomar decisões difíceis; Trata-se também de ter a capacidade de enfrentar incertezas e momentos de crise com convicção, mantendo a visão e a direção da empresa claras para todos os envolvidos e, nessa jornada, nunca ter medo de errar e se reinventar.

 

O mundo dos negócios, assim como a sociedade, está em constante transformação. Para acompanhar esse ritmo acelerado de mudanças, precisamos de lideranças que não tenham medo de inovar, questionar o status quo e optar por caminhos impopulares, mas necessários para alcançar o sucesso sustentável. É claro que isso não significa ser imprudente ou arriscar tudo em uma única jogada, mas sim ter a confiança para explorar novas ideias quando as antigas já não fazem mais sentido e nem trazem resultados.

 

Além disso, não podemos esquecer o enorme impacto que os líderes possuem na trajetória das equipes, tanto para o bem quanto para o mal. Segundo pesquisa da Conexa, ecossistema digital de saúde, realizada com 1.174 colaboradores, 76,3% deles creem que seus gestores afetam seu bem-estar no trabalho. Entre eles, 37,5% indicaram a ansiedade como o principal sentimento causado pela liderança, seguida de calma (19,3%), estresse (17,5%), orgulho (16,5%) e inferioridade (9,2%).

 

Lembro-me de diversas ocasiões em que, ao me deparar com um cenário adverso, tive que confiar em minha intuição e, mais importante, na força do meu time. Um líder corajoso compreende que seu papel não é apenas ditar ordens, mas também inspirar e capacitar a equipe para que todos possam enfrentar os desafios de frente e, também, terem as ferramentas necessárias para um dia assumir a posição de gerir.

 

A forma como se lida com o fracasso também diz muito sobre o tipo de líder que está diante de nós. Falhar faz parte da vida, mas o que vai fazer diferença é a capacidade de se reerguer, aprender com os erros e continuar em frente com determinação. Esse tipo de liderança, além de gerar respeito, cria uma cultura de resiliência dentro da organização – tão importante nos dias de hoje.

 

Outro aspecto fundamental é saber ouvir e valorizar as opiniões dos outros, mesmo que isso signifique confrontar suas próprias crenças, e entender que o aprendizado é um caminho contínuo. É preciso ter coragem e humildade para reconhecer que não se sabe tudo e que sempre há algo a aprender.

 

Em mercados tão competitivos quanto os atuais, esses são enormes diferenciais que podem determinar o sucesso ou o fracasso de uma companhia. É indispensável assumir riscos calculados, defender ideias inovadoras e conseguir bons resultados financeiros. Porém, é ainda mais positivo criar uma cultura organizacional forte, na qual cada membro da equipe se sente valorizado e motivado a contribuir para o sucesso coletivo – e, vale destacar, é isso o que verdadeiramente sustenta os negócios nos momentos inevitáveis de crise.

 

Olhando para trás, vejo que as decisões mais difíceis que tomei foram, na verdade, as que mais contribuíram para o crescimento da empresa. A coragem de apostar em novas tecnologias e tendências, entrar em mercados desconhecidos e revisar estratégias que pareciam bem-sucedidas no passado é o que realmente separa organizações que simplesmente sobrevivem, daquelas que realmente prosperam.

 

*Gustavo Caetano é CEO e fundador da Samba

 

 

Foto: Divulgação/Samba