02/03/2023 - 17h50
Mulheres no RH: cenário e benefícios de incluir mais mulheres no mercado
Em artigo, Denise Asnis comenta porque a mulher predomina na área de Recursos Humanos
Por Denise Asnis*
O mercado de trabalho para as mulheres pode não ser o mais favorável, mas já vemos mudanças na cultura de muitas empresas. O gênero feminino é maioria em muitas áreas, especialmente quando falamos do setor de Recursos Humanos. Uma pesquisa realizada pelo Mercadômetro mostrou que, no Brasil, elas são a maioria da área, representando mais de 75% dos profissionais desse setor.
Além disso, elas também estão ocupando mais cargos de liderança na área. Um levantamento feito pelo Bureau of Labor State mostrou que 73% dos gerentes de RH são mulheres, cargos que antes eram ocupados majoritariamente por homens.
Apesar do crescimento das mulheres no setor de RH, ainda há um longo caminho a ser percorrido, uma vez que a desigualdade salarial ainda é uma realidade. De acordo com o IBGE, as mulheres recebem cerca de 74,5% dos rendimentos dos homens.
Mulheres na área de RH
Em um passado não muito distante o setor de Recursos Humanos era voltado para questões mais burocráticas e administração de pessoal. Por conta disso, muitas empresas contavam com o apoio de um psicólogo em situações específicas, como o recrutamento. Com o passar dos anos esse cenário foi mudando e focando mais nas relações humanas.
Por hoje ser uma área que cuida do relacionamento com o colaborador, a principal estratégia é gestão comportamental, e, por isso, necessita de uma visão baseada nos comportamentos e emoções que influenciam o desempenho desses funcionários. E é aí que as mulheres são fundamentais na gestão de Recursos Humanos, uma vez que elas têm algumas competências que são diferenciais do setor, como: maior empatia, flexibilidade e determinação.
Principais características das mulheres
Enquanto os homens têm um olhar mais lógico e objetivo, as mulheres lidam melhor com questões voltadas às relações humanas e ao comportamento das pessoas. Entre as principais características delas que ajudam a área de RH ter mais potencial estão:
Empatia
Compreender o perfil comportamental indicado para uma determinada vaga ou perceber quando um colaborador está desmotivado em seu trabalho, exige muita sensibilidade e empatia, bem como identificar competências e aptidões de pessoa para um cargo de liderança.
Característica predominante nas mulheres, a empatia também deve andar junto com a valorização do profissional. Dessa forma é possível melhorar a comunicação entre a equipe e o engajamento do colaborador.
Flexibilidade
Por ter mais empatia e consequentemente mais sensibilidade, a mulher tende a ser mais flexível na hora de negociar situações no ambiente de trabalho, sem que a empresa seja prejudicada. Essa característica pode fazer com que o clima organizacional da empresa seja mais leve, deixando os colaboradores mais motivados e satisfeitos para realizar as suas tarefas.
Multitarefas
Quem nunca ouviu que mulher consegue fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo? Essa é uma característica marcante das mulheres! Geralmente, elas precisam lidar com diversas tarefas como cuidar de casa, dos filhos e ainda ter um tempo para si mesmo. E por conta disso, no trabalho ela consegue lidar com vários colaboradores ao mesmo tempo, de diversas hierarquias, gerenciando o desempenho da equipe, e encontrando soluções aos desafios do ambiente corporativo, sem perder a qualidade e o ritmo!
Determinação
De acordo com alguns estudos, alguns fatores culturais fazem com que as mulheres sejam mais determinadas e persistentes, uma vez que precisam batalhar muito mais pelo seu espaço na sociedade. Por conta disso, elas são mais focadas no resultado e estão sempre buscando superar suas expectativas. Esse é um fator determinante para trabalhar na área de Recursos Humanos, que devem impulsionar os colaboradores e nunca deixar que eles fiquem na zona de conforto.
Boa ouvinte
A mulher também consegue ser uma boa ouvinte entendendo as necessidades pessoais e profissionais dos colaboradores. E para trabalhar no RH ter uma escuta ativa, ou seja, saber ouvir o outro, é fundamental para a construção da cultura e dê um bom clima organizacional.
*Denise Asnis é sócia fundadora da Taqe, plataforma de recrutamento e seleção digital para vagas de emprego e cursos. Possui mais de 30 anos de experiência na área de RH, tendo atuado em empresas como Natura, BankBoston, Citibank e Banco Crefisul
Foto: Divulgação/Taqe