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Diversidade & Inclusão

03/03/2023 - 17h52

Estudo da IBM aponta diminuição de mulheres em cargos de liderança

Por outro lado, dados indicam haver um roteiro para o progresso sustentável

 

 

 

 

Houve uma queda no número de mulheres na liderança de acordo com o novo estudo global Mulheres na Liderança: Por que a percepção supera os números e o que fazer a respeito, feito pelo IBM Institute for Business Value (IBV) e pela Chief – rede privada de empoderamento de mulheres executivas com mais de 20 mil membros.

 

Com 2.500 profissionais entrevistados em organizações em 12 países, incluindo o Brasil, o estudo registrou um pequeno aumento no número de mulheres no nível C-level e em conselhos (agora, 12% para ambos) e um aumento para 41% na representação de mulheres em profissionais juniores/especialistas (37% em 2021) no Brasil. No entanto, o número para cargos de liderança ainda não recuperou os níveis mundiais pré-pandêmicos: 14% de representação em cargos de vice-presidente sênior (18% em 2019) e 16% em cargos de vice-presidente (19% em 2019). A queda na ocupação desses cargos é ainda maior para profissionais seniores e gerenciais não executivos; globalmente a porcentagem de mulheres ocupando esses cargos é de 30%. No Brasil, são 29%.

 

Além disso, acompanhando a tendência global, apenas 45% das organizações no Brasil relataram promover a inclusão de mulheres em cargos de liderança como uma prioridade nas estratégias de crescimento.

 

“O estudo mostra que as organizações precisam priorizar formalmente o avanço das mulheres – e todos os grupos historicamente sub-representados – e tomar medidas específicas para desafiar o viés inconsciente", afirma Stephanie Stolfo, líder de Diversidade e Inclusão para a IBM América Latina. Para ela, não basta criar programas de diversidade sem colocar em prática políticas de implementação e continuação dessas ações. “Desafiar barreiras e o pensamento limitante é fundamental para promovermos crescimento social e econômico”.

 

O estudo também aponta que:

 

Otimismo está aumentando, mas não reflete a realidade: entrevistados no Brasil estimam que sua indústria verá a equidade de gênero na liderança em oito anos ou menos. Mas a realidade é que, no atual ritmo de mudança mostrado na pesquisa, ainda está a décadas de distância.

 

As habilidades consideradas fundamentais para a liderança também permanecem relacionados ao gênero: entrevistados compartilharam que as habilidades mais importantes para que os homens sejam valorizados como líderes são criatividade e a orientação a resultados, e por serem assertivos, ousados, decisivos e corajosos. Em paralelo, espera-se que as mulheres sejam estratégicas, visionárias e negociadoras habilidosas para serem promovidas a uma posição de liderança no Brasil.

 

►A pandemia continua a ter um impacto desproporcional para as mulheres: entrevistados em todo o mundo - e no Brasil - classificam o impacto da pandemia como uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas mulheres, reconhecendo o imenso e duradouro impacto que isso causou a elas.

 

Com base nas práticas de liderança coletadas na pesquisa, a IBM elaborou um roteiro para o progresso sustentável, que inclui:

 

• Reformule a promoção da liderança feminina direcionada aos resultados nos negócios, demonstrando os lucros resultantes da correção da desigualdade de gênero.

 

• Dê força à sua estratégia e coloque diretrizes e medidas específicas no plano de ações de sua organização, como definir metas mensuráveis para o avanço das mulheres, por exemplo.

 

• Promova um plano de ações destinado a impulsionar a equidade de gênero em toda a equipe de liderança, indo além do treinamento de conscientização, usando técnicas de aprendizado experimental, interpretação de papéis e mentoria reversa para mudar preconceitos.

 

• Redesenhe funções na liderança que funcionem para os melhores talentos, por exemplo, limitar os critérios de contratação a um conjunto básico de requisitos neutros em termos de gênero.

 

 

Foto: Freepik