16/09/2019 - 12h13
Igualdade de gênero nos negócios pode gerar até US$ 5 trilhões para a economia global
Segundo o BCG, o Produto Mundial Bruto (PMB) poderia crescer de 3% a 6%
Se homens e mulheres participassem igualmente da criação de novos negócios, o Produto Mundial Bruto (PMB) poderia crescer de 3% a 6%, um incremento de US$ 2,5 a US$ 5 trilhões na economia, segundo estudo do Boston Consulting Group (BCG).
Para fazer o cálculo, o BCG analisou os indicadores divulgados pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) e pelo Banco Mundial. O artigo utilizou uma amostra de 73 países, entre eles, o Brasil.
A estimativa se baseia, principalmente, no número de novos empregos que seriam criados caso as mulheres tivessem os mesmos incentivos que os homens para empreender. No entanto, elas enfrentam barreiras maiores. A análise mostra, por exemplo, que suas empresas atraem, em média, metade dos investimentos comparadas às organizações fundadas por homens. O gênero masculino também tem acesso mais amplo a redes que estimulam e orientam o crescimento de seus negócios.
A região mais beneficiada seria a Ásia-Pacífico, cuja economia receberia um incremento de US$ 1,7 trilhão; em seguida, viria a Europa, com crescimento projetado de US$ 1,3 tri; em terceiro lugar estaria a América do Norte, com previsão de aumento de até US$ 800 bilhões no PIB da região. Na América Latina, o crescimento previsto chegaria a US$ 300 bi.
Diferença também na longevidade
O BCG também analisou dados do GEM de 100 países e trouxe os seguintes insights:
- -Em todas as regiões, o índice de homens em idade ativa que iniciam novos negócios é de 4% a 6% maior que o de mulheres na mesma faixa etária.
- -Fugindo à tendência global, quatro países – Vietnã, México, Indonésia e Filipinas – tiveram mais mulheres que homens lançando startups em 2016.
- -Em metade dos países estudados, a lacuna entre gêneros no empreendedorismo está diminuindo, com destaque para Turquia, Coreia do Sul e Eslováquia.
- -Por outro lado, a disparidade aumenta em 40% dos países analisados. Esse movimento é mais evidente na Suíça, no Uruguai e na África do Sul.
A longevidade de empresas também varia de acordo com o gênero de seu fundador. E, neste caso, algumas regiões observam maior disparidade que outras. Por exemplo, enquanto na América Latina empresas criadas por mulheres têm uma probabilidade 11% menor de sobreviver por mais de 3,5 anos, quando comparadas às fundadas por homens; no Oriente Médio e no Norte da África, esse índice chega a 50%. A única região em que as mulheres superam os homens nesse quesito é a América do Norte.
Suporte ao empreendedorismo feminino
Para diminuir essa disparidade entre gêneros, o BCG sugere a criação de redes de apoio para o empreendedorismo feminino. Como exemplo, a empresa cita um projeto da Fundação Cherie Blair para Mulheres realizado na Nigéria, que facilitou o acesso de empresárias a investimentos e capacitação. O resultado foi que as empresas participantes cresceram, em média, 31% em seus lucros.
Por fim, o BCG propõe que essas novas redes sejam amparadas por três princípios: propósito, inclusão e interação. Isso significa que as redes de incentivo deverão pensar em como poderão contribuir efetivamente para que mulheres tenham maior acesso aos capitais humano, financeiro e social; promover as diversidades cultural e de gênero; e facilitar o diálogo entre líderes e participantes.
Foto: Unplash