23/09/2020 - 23h19
Empresas querem implementar mudanças organizacionais em 2020, diz estudo da Mercer
Gerenciamento dessa transformação está sob a responsabilidade do RH em 76% dos casos
Pesquisa da Mercer, consultoria em carreira, saúde, previdência e investimentos, realizada em julho com 134 empresas de diferentes setores econômicos no Brasil, mostra que 77% delas se sentem muito impelidas a efetuar transformações, tanto na estrutura da organização quanto na forma como as pessoas trabalham. As áreas mais impactadas por essas transformações são, pela ordem, TI, Administração, Comercial e Recursos Humanos. Por outro lado, o gerenciamento dessa transformação está sob a responsabilidade do próprio RH na maioria das empresas (76%), seguido pela presidência, em 64%.
Para levar a cabo todas as mudanças, a pesquisa indica que as empresas estão usando um arsenal de recursos. Entre eles estão a implementação de novas métricas (7%) e de novos modelos de planejamento da força de trabalho (39%), além do assessoramento por consultorias especializadas (42%).
O RH NA LINHA DE FRENTE
O estudo aponta ainda os principais desafios da área de RH em virtude do cenário causado pela pandemia do novo coronavírus. Em primeiro lugar vem a necessidade de aumentar a frequência e a transparência da comunicação com os colaboradores, seguida da exigência de automatizar processos e de redesenhar processos para torná-los mais virtuais. Em quarto lugar aparece a necessidade de, cada vez mais, ser capaz de utilizar a análise de dados sobre a força de trabalho para poder dar suporte às decisões de negócios.
RESPOSTAS À COVID SERÃO PERMANENTES
Ainda de acordo com a pesquisa, algumas respostas à Covid-19 implementadas pelas empresas devem se tornar permanentes nas práticas de trabalho:
Para Antonio Salvador, líder de negócios de Career da Mercer Brasil, as transformações organizacionais são imprescindíveis tanto para a adaptação ao novo contexto econômico, quanto para impulsionar as mudanças que serão necessárias para a sobrevivência das empresas.
"De acordo com o World Economic Forum, mais de 20% dos empregos atuais deixarão de existir nos próximos anos. Além disso, cerca de 60% das empresas estão planejando a automatização crescente do trabalho e cerca de 79% dos executivos acreditam que os trabalhadores temporários substituirão substancialmente o emprego de tempo integral até 2024. Essas tendências, que foram aceleradas pela pandemia no primeiro semestre, indicam que as empresas estão revisando seu tamanho, sua forma e também o conjunto de habilidades requeridas de seus empregados", avalia Salvador.
De acordo com ele, a necessidade de transformação surge em diferentes momentos de vida das organizações, independentemente da situação que a empresa estiver atravessando, seja uma startup, seja uma companhia madura ou uma organização em momento de declínio. “O importante é que a liderança saia do medo que imobiliza e encare o momento como uma oportunidade de realinhamento e de ganho de eficiência. A mudança, no mundo organizacional, é um fato constante e precisa ser encarada de forma positiva", finaliza.
Imagem de abertura: Geralt/Pixabay