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17/12/2021 - 12h02

Pesquisa traz as tendências e previsões sobre o trabalho do futuro no pós-pandemia

Realizado pela Nespresso, o levantamento traz insigths de atenção para as organizações

 

 

A Nespresso Professional, segmento empresarial da Nespresso, realizou a pesquisa O Futuro do Ambiente de Trabalho no Cenário Pós Pandemia, que busca compreender as tendências sobre o futuro do ambiente de trabalho no momento de volta para os escritórios. O estudo foi desenvolvido em parceria com os institutos de pesquisa Nestlé C.Lab, Ginger Strategic Research e Innova.La.

 

A pesquisa analisa diversas esferas, como os novos modelos de trabalho, os escritórios e espaços, interação entre colaboradores e líderes, além de aspectos como produtividade, saúde mental e bem-estar, a partir de seis principais insights sobre o tema:

 

• O BRASILEIRO É SOCIÁVEL E O ESCRITÓRIO PROMOVE ESSA COMUNICABILIDADE

No cenário pós-pandemia, as empresas precisarão adaptar seus escritórios pensando em ressignificar as relações entre os colaboradores. As perdas trazidas pela pandemia são claras, se antes o espaço de trabalho trazia uma sensação de coletivo e contato próximo, agora o funcionário se sente distante e sozinho. Porém, o trabalho em casa também trouxe uma maior flexibilidade e mais tempo para ficar com a família.

 

Na pesquisa, alguns dos problemas citados foram:

• Diminuição de oportunidades de convivência com a equipe (72%)

• Dificuldade de comunicação (31%)

• Relacionamento mais impessoal (13%)

 

Isso mostra que, nessa retomada híbrida, que intercala o modelo presencial e remoto, os funcionários buscarão mais oportunidades de descontração e conversa com os colegas quando estiverem presencialmente no escritório, deixando as tarefas individuais para quando estiverem trabalhando de casa.

 

• DESENCONTRO ENTRE VISÃO DOS GESTORES E COLABORADORES

Se por um lado os gestores acreditam que o home office pode melhorar o bem-estar dos colaboradores e permitir o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, a pandemia intensificou problemas relacionados à saúde mental. A maioria dos gestores sabe que é um tema que precisa ser discutido, mas será que estão ouvindo seus colaboradores e investindo em ações que realmente farão a diferença?

 

De modo geral, há uma unicidade na opinião dos gestores entrevistados. Porém, o paradoxo está relacionado às divergências encontradas na comparação entre essas respostas e as dadas pelos colaboradores. Isto é, apesar da concordância entre líderes, fica claro como, de fato, a visão deles sobre os novos aspectos do trabalho é desconexa com a realidade vivida pelos funcionários.

 

• Entre os gestores, 99% acreditam que há necessidade de investir em ações de bem-estar pensando no trabalho presencial;

 

• Do outro lado, 47% dos funcionários consideram que a empresa na qual trabalham não tem investido em ações que contribuem com a saúde mental dos colaboradores, 43% afirmam que as ações são superficiais e 62% afirmam que são mais teóricas e menos práticas;

 

• 42% os funcionários afirmam que não se sentem tão à vontade para conversar abertamente com sua gestão sobre dificuldades que vem sentindo durante esse período.

 

• O HOME OFFICE DA PANDEMIA NÃO REPRESENTA O IDEAL DE TRABALHO REMOTO

As desvantagens ligadas ao trabalho remoto estão, na verdade, muito mais relacionadas às circunstâncias da pandemia, e não podemos tomar a experiência de home office dos últimos meses como um modelo de como é, ou deveria ser, o ideal.

 

Algumas das vantagens do home office citadas pelos colaboradores são:

 

• Não pegar trânsito no deslocamento (66%)

• Poder passar mais tempo com a família (58%)

• Ter horários mais flexíveis (38%)

 

Porém, enquanto a obrigação do home office quebrou o mito do receio da falta de produtividade ao deixar funcionários em suas casas, outros problemas vieram à tona nas discussões sobre o trabalho.

 

• 42% dos entrevistados reclamam da falta de interação com os colegas

• 31% da dificuldade de comunicação

• 29% sentem dificuldade de conciliar as agendas

 

O fato é que o que vivemos hoje não é o trabalho remoto. Tendo em vista as consequências - físicas e psicológicas - do distanciamento social, pode-se perceber que as maiores desvantagens relacionadas ao trabalho remoto dizem mais respeito às situações impostas pela pandemia. Ou seja, uma boa parte das desvantagens citadas, como a falta de interação, serão solucionadas organicamente com o fim da pandemia.

 

O modelo híbrido tem sido a principal aposta para este momento, por trazer versatilidade e flexibilidade em tempos incertos. Das empresas entrevistadas,

 

• 73% adotaram um único modelo durante a pandemia

• 27% alternaram entre os sistemas

 

• SAÚDE MENTAL E BEM-ESTAR NÃO SÃO A MESMA COISA

Enquanto as empresas já entenderam a importância do investimento em iniciativas relacionadas ao bem-estar dos seus colaboradores, os mesmos seguem com a saúde mental prejudicada. Até 2030, a OMS projeta que a depressão será a principal causa de invalidez, ultrapassando problemas como doenças cardíacas e neurovasculares. Por isso, é essencial pensar no melhor modelo visando a saúde mental e bem-estar do colaborador, mesmo após a pandemia.

 

Apesar das queixas sobre o aumento da carga de trabalho com o isolamento social e dificuldade em manter a motivação, alguns benefícios são incontestáveis desse novo modelo:

 

• 64% dos respondentes da pesquisa aproveitam esse tempo para ficar com a família

• 52% para praticar atividades físicas

• 46% economizam de uma a duas horas por dia de deslocamento

 

As empresas passaram a olhar mais para o colaborador e oferecer auxílio nesse momento para resolver esses problemas. "Na Nespresso, fizemos uma pesquisa interna com nossos colaboradores e quase 80% deles pediram mais ações voltadas a saúde mental. Com isso, passamos a promover rodas de conversa com uma consultoria externa especializada com psicólogos, além de palestras voltadas a esse pilar", comenta Bianca Carmignani, head de Recursos Humanos da Nespresso no Brasil.

 

• NOVAS PERSPECTIVAS DE TEMPO E ESPAÇO

O limite entre pessoal e profissional ficou tênue com a pandemia e as más práticas passaram a ser normalizadas. A dificuldade nessa separação impacta em longas jornadas de trabalho e menos momentos de respiro, e a busca por produtividade elevou os níveis de cobrança.

 

Alguns motivos que levam os trabalhadores a quererem trabalhar do escritório tem a ver com o espaço e infraestrutura. Segundo a pesquisa, algumas das desvantagens relacionadas ao trabalho remoto foram:

 

• Menos networking (16%)

• Falta de estrutura em casa (13%)

• Menos eventos da empresa (11%)

 

Mas, será que as pessoas não podem alcançar esses objetivos no modelo híbrido?

 

A urgência da imposição do trabalho remoto não permitiu que as empresas se reorganizassem com calma, pensando em possibilidade condições agradáveis de trabalho. Acreditava-se que o trabalho remoto deixaria o dia mais tranquilo, no entanto, as atividades do trabalho se acumulam com as domésticas, principalmente no caso das mães.

 

• MODELO HÍBRIDO NÃO É APENAS OFERECER DUAS OPÇÕES DE LOCALIDADE

O trabalho não pode mais ser visto como uma questão de ser presencial ou remoto, e os novos modelos híbridos estão exigindo que os líderes gerenciem diferenças e complexidades. Com os recursos certos, as pessoas podem ser produtivas e saudáveis de qualquer lugar.

 

O modelo exclusivamente online parece ser opção apenas no cenário de intensa epidemia ou casos pontuais, enquanto o modelo totalmente presencial já começa a ser visto como ultrapassado. A conclusão é que o modelo híbrido, se bem estruturado pelas empresas, passará a oferecer uma boa estrutura de trabalho em casa e ferramentas de comunicação adequadas ao cenário.

 

A saída é a digitalização, tanto por parte da empresa, quanto dos colaboradores. A melhor maneira de se adaptar às novas tendências é revolucionar a cultura organizacional e implementar a tecnologia em termos de processos, eficiência, produtividade e simplicidade.

 

Além disso, segundo pesquisa, algumas habilidades que serão primordiais no modelo híbrido, na visão dos colaboradores, são:

 

• Proatividade (63%)

• Flexibilidade (53%)

• Espírito colaborativo (49%)

 

Foto de abertura: OurTeam/Freepik