31/08/2022 - 19h02
Qualidade de vida, saúde e bem-estar são prioridades na hora de aceitar um emprego
Salário e segurança financeira caem duas posições, aponta pesquisa global da JLL
A pandemia da Covid-19 mudou a percepção das pessoas sobre o que realmente importa em relação a suas vidas profissionais. A pesquisa global Workforce Preferences Barometer, da JLL, empresa de prestação de serviços imobiliários e gestão de investimentos, realizada com mais de 4 mil pessoas em dez países, aponta que as questões financeiras saíram do primeiro lugar das prioridades antes da pandemia para a terceira posição em abril de 2022. No topo da lista, está qualidade de vida e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, apontada por 59% dos colaboradores. Trabalhar em uma empresa que garanta a saúde e o bem-estar divide o pódio, também com 59%, tendo subido 15% no último ano.
Para Washington Botelho, presidente da JLL Work Dynamics para a América Latina, é essencial que as empresas entendam essa mudança de prioridades para reter talentos. “As pessoas têm olhado para as ofertas de trabalho de forma mais holística, ou seja, para todo o pacote ofertado pelas companhias. O lugar que propõe o melhor salário não é, necessariamente, o melhor para trabalhar. Quando pensamos em sair de uma empresa para outra, isso fica ainda mais evidente”, avalia.
A pesquisa mostra que 25% das pessoas reconsideraram o papel do trabalho em suas vidas durante a pandemia e 71% querem trabalhar em corporações que promovam ativamente um estilo de vida saudável, segurança e bem-estar. Porém, só 48% definem a empresa em que estão como um ótimo lugar para trabalhar.
“Isto é, além de enxergarem esses quesitos dentro de um espectro de prioridades, as pessoas querem que as empresas estejam engajadas com esses valores dentro da cultura organizacional. Isso abre uma oportunidade para que as companhias e as lideranças se revisitem e se reformulem, reinventando suas propostas de valor”, analisa o executivo.
As questões relacionadas à qualidade de vida são também fatores determinantes para as pessoas deixarem um emprego. Assim, 74% relatam que pediriam demissão em busca de mais flexibilidade e equilíbrio. De acordo com o levantamento, soluções pragmáticas podem ajudar as empresas na hora de promover esses itens dentro das corporações: auxílio transporte, oferta de comida fresca no espaço de trabalho, descontos em amenidades (farmácias, academias) próximas ao escritório, promoção de eventos de socialização e apoio ou mentoria focando na melhora da saúde e na redução do estresse.
“O trabalho híbrido se consolidou. Para 55% das pessoas, trabalhar de dois lugares diferentes durante a semana é o formato adotado. Com isso, os desafios da liderança em relação à transmissão da cultura organizacional e a uma gestão equânime entre todos os colaboradores se intensificaram. É hora de olhar para as potencialidades individuais, suas experiências e aspirações gerando mais flexibilidade e empatia”, avalia o presidente da JLL.
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