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03/03/2023 - 10h59

Menos da metade das empresas brasileiras envolve o RH nas decisões estratégicas

Relatório da Sólides mostra que 86% não têm recursos para capacitar funcionários

 

 

 

O Mapa do RH & DP, estudo feito com base em entrevistas com mais de 2.500 profissionais pela Sólides, empresa de tecnologia para gestão de pessoas de pequenas e médias empresas (PMEs), mostra que a maior parte das organizações do país ainda tem um longo caminho para fazer com que suas áreas de RH se tornem estratégicas para o sucesso do negócio. De acordo com o estudo, por exemplo, 86% das companhias não têm recursos para capacitar seus funcionários.

 

O levantamento traz a realidade de empresas de diversos portes e setores da economia, como serviços, comércio, indústria, tecnologia e saúde. Segundo os entrevistados, a falta de investimento é vista em múltiplos aspectos: desde a baixa adoção de tecnologias capazes de aumentar a eficiência da área à falta de ferramentas que ofereçam informações sobre perfil dos funcionários e clima organizacional.

 

“As áreas que cuidam da gestão de colaboradores precisam ser encaradas como fundamentais para o crescimento de qualquer empresa. Nosso estudo é um alerta para isso, é uma ferramenta — carregada de ideias, tendências, dados e informações — para que empreendedores, de qualquer porte ou setor, e profissionais de recursos humanos caminhem cada vez mais nessa direção”, diz Mônica Hauck, cofundadora e CEO da Sólides.

 

TECNOLOGIA E PROCESSOS

O relatório mostra, ainda, a falta de estrutura da gestão de pessoas, com times enxutos e a falta de tecnologia, o que se reflete em aspectos como tamanho das equipes e ausência de processos básicos automatizados. O baixo uso de softwares no RH e DP na gestão de pessoas é um dos pontos de destaque do estudo: apenas 30% das pequenas empresas brasileiras (com até 49 funcionários) adotam sistemas desse tipo. Já nas médias (entre 50 e 199 funcionários), a participação sobe para 50%, e para 70%, nas grandes companhias (mais de 200 funcionários).

 

Essa baixa adesão à tecnologia contribui para que muitos processos básicos de desenvolvimento profissional, como a avaliação de desempenho, deixem de ser adotados por boa parte das empresas brasileiras. Ao avaliar o uso dessa ferramenta, por exemplo, 51% das pequenas empresas não fazem nenhum tipo de avaliação de desempenho. Entre as médias o índice é de 39%, enquanto entre as grandes é de 33,5%. Ou seja, quanto menor a empresa, menor é a adesão a instrumentos de avaliação de performance ou desenvolvimento.

 

Outra constatação trazida pelo Mapa está relacionada a carreira e remuneração. Não há planos de cargos e salários em 64% dos pequenos negócios e 58% deles não fazem pesquisa de clima organizacional (confira aqui a tabela). Entre todas as empresas pesquisadas, mais da metade não faz o mapeamento comportamental de seus colaboradores — um instrumento considerado fundamental para aumento da eficiência e melhoria do ambiente de trabalho.

 

“Nossa pesquisa deixa evidente que as pessoas são contratadas de acordo com o currículo e demitidas devido à maneira como se comportam no dia a dia”, afirma Távira Magalhães, diretora de RH da Sólides, completando: “Com o mapeamento comportamental, as taxas de rotatividade caem consideravelmente, já que o perfil do candidato é avaliado segundo as características da função. Um exemplo: cargos que exigem trabalho em grupo são ocupados, com mais sucesso, por profissionais que tenham mais características de comunicadores do que de planejadores”.

 

 

 

Foto: Freepik