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10/03/2023 - 11h52

Mais de 75% dos RHs priorizam se adaptar às novas leis e tecnologia para monitorar colaboradores

Pesquisa indica que para 41% a gestão de ponto e de presença figura como o principal desafio

 

 

 

 

A pesquisa HR Innovation 2023, realizada pela HR tech Ahgora, chega à terceira edição mostrando que a necessidade de se adaptar a legislações recentes é uma das prioridades para o RH em todo o país. Com novas normas entrando em vigor, consolidação dos modelos de trabalho a distância e orçamentos enxutos, os investimentos foram direcionados ao que realmente importa no momento. Nesse cenário, 75,2% disseram que têm destinado suas verbas à aquisição de tecnologias para registro e gestão de ponto, seguida pela folha de pagamento (69%) e pela gestão de férias (45,3%).

 

Aqui já é possível enxergar uma perspectiva positiva para 2023, pois esse investimento vai ao encontro das principais dores apontadas no estudo. Para 41% dos profissionais de Departamento Pessoal entrevistados, a Gestão de Ponto e Presença figura como o principal desafio. De acordo com o estudo, os orçamentos baixos geram dificuldade de contratar múltiplas ferramentas e tecnologias e, consequentemente, é necessário ter conhecimento do cenário para saber o que priorizar para investir, de forma que o projeto traga resultados para demandas mais urgentes.

 

"Apesar do baixo orçamento para investir em tecnologia, os dados apontam um cenário positivo: os RHs têm entendido o momento atual e já estão priorizando investimentos em ferramentas para solucionar seus principais desafios. O RH 5.0 já está aí e unir tecnologia e humanização é uma tendência cada vez maior", analisa Tatiana Zacheo, CMO da Ahgora.

 

ESTRATÉGIAS PARA VENCER DESAFIOS

Olhando esse contexto, fica evidente a necessidade de organizar o futuro do trabalho nos departamentos de RH. Isso significa compreender os movimentos que são feitos na gestão de pessoas, conhecer as necessidades dos colaboradores e adequar modelos de negócio. Pelo terceiro ano seguido, cresce o número de respondentes que afirmam ser RHs totalmente orientados nas decisões estratégicas por indicadores gerados pela área, passando de 9,5% em 2022 para 31,7% na pesquisa deste ano. No primeiro ano de análise, eram apenas 8%. Quando olhamos de forma geral, 76,1% das empresas utilizam dados para seus planos de evolução, frente a 55% no ano anterior.

 

Ainda, quanto à utilização de People Analytics e aos dados gerados, há também um viés positivo, com 15,2% dos RHs enxergando essa questão como prioridade, frente a 12% no último ano.

 

Já a contratação, adesão ou até o desenvolvimento de um LMS (Learning Management System) próprio foi outro desafio elencado pelos RHs que estão buscando atuar mais em T&D - treinamento e desenvolvimento (32,7%). Na sequência, capacitação de lideranças alcançou 22,3% das respostas e criação de Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) ficou com 21,8%.

 

O Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) é o subsistema de RH responsável pelo olhar voltado ao cuidado e à atenção das pessoas. Considerando os desafios do setor, a HR Innovation 2023 elencou como principais áreas o engajamento, que contou com 33,8% das respostas, o clima organizacional (23,1%) e a cultura de feedbacks (19,4%).

 

O recrutamento também se apresenta como uma das prioridades máximas dos gestores neste ano dentro do mercado. Para 30,5% dos RHs, o que mais preocupa é a rotatividade; em segundo lugar, está a abertura de vagas, com 26,4% e, praticamente empatado, o recrutamento, com 26,3%, a fim de repor essa alta rotatividade que vem impactando as empresas.

 

PORTARIA 671

Com a mudança na legislação trabalhista sobre o registro de ponto dos funcionários, determinada pelo governo federal no final de 2021 por meio da Portaria 671, empreendedores de todo o país precisam se adaptar às novas regras de controle de jornada de suas equipes, sendo o Registrador Eletrônico de Ponto via Programa (REP-P) a alternativa mais estratégica da nova portaria.

 

O HR Innovation 2023 mostra que ainda há muitas dúvidas dos RHs sobre como se adaptar à portaria por meio dos seus fornecedores de equipamentos e sistemas para registro e gestão de ponto. A metade dos respondentes (50%) alega que não está adequada, não está totalmente adequado ou não sabe se o seu RH está adequado à nova lei.

 

Entre os demais, predomina a adequação por meio da categoria REP-A, com 23,7% das respostas, seguido do REP-P, com 7,4%, e do REP-C, que detém 5,4% do total. Ainda, 13,4% dos RHs confirmam que utilizam em sua operação mais de um tipo de REP, o que é totalmente legal e permitido.

 

Foto: Freepik/pch.vector