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27/10/2023 - 18h00

Cultura organizacional pode representar mais de 30% do valor de mercado das empresas, aponta pesquisa

Para especialista da Korn Ferry, é preciso estender a função de diretor executivo de Cultura a todos os líderes

 

 

A Korn Ferry, consultoria global de gestão empresarial, entrevistou mais de 15 mil executivos em todo o mundo como parte de sua pesquisa sobre as empresas mais admiradas e mais de dois terços deles atribuem à cultura organizacional mais de 30% do valor de mercado de suas companhias. Para 1/3 deles, o número pode chegar a 50%.

 

Adriana Rosa, líder de Transformação para América do Sul da Korn Ferry, enfatiza que a cultura é um componente essencial na equação entre manter altos níveis de resultados atuais e futuros e o engajamento das pessoas ao longo do tempo.

 

Os resultados da pesquisa chegam em um momento crucial, no qual empresas e colaboradores continuam a debater o equilíbrio entre trabalho presencial e remoto, e o papel da cultura. E, mesmo após três anos desde o início da pandemia, ainda há uma divisão de opinião considerável sobre qual deve ser o local de trabalho ideal. Mas, ao redor do mundo, a opinião unânime após esse período é a importância fundamental da cultura e a ênfase em investir nela.

 

A pesquisa destaca a importância de construir uma abordagem singular para cada empresa, partindo não apenas de seus atributos atuais mas de sua visão de negócio para o futuro. "É apenas dessa forma que a cultura funcionará como a ponte entre a estratégia e a execução", destaca Adriana.

 

De acordo com o estudo, enquanto buscam alinhar a cultura com suas estratégias de negócio, para impulsionar os resultados, as organizações têm focado em elementos que consideram fundamentais para os tempos atuais: ajudar as pessoas a se desenvolverem; colocar o cliente no centro da tomada de decisão; promover a colaboração em um mundo de trabalho híbrido; manter a perspectiva de longo prazo; e impulsionar a responsabilidade para gerar resultados.

 

A pesquisa destaca também que empresas com culturas alinhadas com sua visão de negócio têm um desempenho significativamente melhor em termos de receita, e funcionários engajados superam a lucratividade dos descomprometidos. Mas, para que isso aconteça, é preciso estender a função de diretor executivo de Cultura a todos os líderes. Quando isso é feito com sucesso, acaba-se com a desculpa de que a cultura é sempre responsabilidade de outra pessoa. Com isso, o gerenciamento deste pilar se torna coletivo, ou seja, aumenta a probabilidade de que comportamentos contraculturais sejam detectados e tratados antes de descarrilhar a estratégia ou expor a empresa a riscos.

 

Além disso, se todo o líder é um diretor executivo de Cultura, a responsabilidade da ativação da cultura é dos indivíduos que também são responsáveis pela ativação da estratégia de negócios, fazendo com que ela seja um acelerador da conquista de objetivos. Aqui, é importante não só o papel dos C-levels e altos executivos, mas também da equipe gerencial, já que a cultura só se mantém com a ajuda de líderes em todos os níveis.

 

No contexto de um mundo empresarial em constante mutação, essas descobertas apontam um impacto significativo que influencia na tomada de decisões do dia a dia das organizações sobre como se adaptar aos novos modelos de trabalho e garantir o sucesso contínuo.

 

Para Adriana, o que estamos vendo é uma evolução de que é bom ter cultura para entendê-la como criadora de valor real para o negócio.

 

 

Foto: Shutterstock