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10/03/2025 - 18h39

Remuneração inadequada às exigências do cargo é a principal causa de estresse profissional, aponta pesquisa

Levantamento da Michael Page mapeia as causas do esgotamento mental no ambiente de trabalho

 

 

A remuneração não condizente com as exigências do cargo é a principal causa de estresse no trabalho para a maioria dos profissionais (58,7%). É o que aponta uma pesquisa da Michael Page, consultoria especializada em recrutamento de média e alta gerência, parte do PageGroup. De acordo com o estudo Guia Salarial 2025, o salário inapropriado ficou à frente do esgotamento mental causado pelo relacionamento ruim com colegas ou líderes (39,4%), pela falta de participação na tomada de decisões e falta de controle sobre os processos (37,8%) e falta de perspectivas de carreira (32,9%).

O excesso de trabalho e jornadas longas também se destacam como causas significativas de insatisfação, impactando 32,5% dos profissionais. O estudo apontou, ainda, que 36,5% dos colaboradores não se sentem amparados ou apoiados mental e emocionalmente pela empresa em que trabalham, superando os que se sentem relativamente apoiados (30,5%), apoiados (20,2%) e muito apoiados (7,2%).

 

"A preocupação com a saúde mental e o equilíbrio entre a rotina pessoal e profissional já são prioridade para a maioria dos profissionais. As empresas que demorarem para entender a importância dessas questões podem sofrer para encontrar talentos e engajar seus colaboradores a médio e longo prazo. É essencial que as organizações coloquem esse assunto como uma prioridade e entendam que um bom ambiente faz toda diferença para um desempenho profissional saudável", afirma Stephano Dedini, diretor-executivo da Michael Page.

 

Para elaborar a pesquisa, a Michael Page consultou, no ano passado, cerca de 6,8 mil profissionais e empresas do país para entender quais são suas reais impressões sobre o mercado atual. Os executivos entrevistados ocupam cargos que vão desde posições de suporte à gestão até diretoria. A pesquisa procurou entender como os profissionais enxergam sua carreira, a posição do empregador no seu desenvolvimento profissional e outros fatores que completam a remuneração.

 

 

Nível diário de estresse no ambiente corporativo

A pesquisa também procurou entender qual é o nível diário do esgotamento mental dos profissionais no trabalho. Metade (50,5%) afirmou ter um grau moderado de estresse por dia, bem acima dos que têm um índice alto (24,2%), baixo (17,8%), muito alto (5,9%) e nulo (1,6%).

 

"Cerca de um em cada quatro profissionais enfrenta altos níveis de estresse no trabalho. Para mitigar esse impacto, é essencial que as organizações adotem abordagens proativas, como programas de bem-estar mental e suporte emocional estruturado”, alerta Stephano.

 

Para ele, criar uma cultura de suporte e diálogo contínuo fortalece o ambiente corporativo e reduz a rotatividade, ao mesmo tempo que promove resiliência e engajamento. “O investimento em saúde mental dos colaboradores deve ser visto como um fator estratégico para o crescimento sustentável da empresa", finaliza.

 

 

Foto: Shutterstock