Um ano após o Ministério do Trabalho e Emprego ter divulgado o Primeiro Relatório sobre Transparência Salarial do país, conforme prevê a Lei de Igualdade Salarial (nº14.611/2023), as empresas ainda caminham lentamente na adoção de medidas práticas sobre o tema. É o que indica a Pesquisa Termômetro de Equidade de Gênero da Mercer, realizada no último trimestre de 2024 com 84 companhias de todos os portes e segmentos.

 

Segundo o levantamento, somente 21% das empresas pretendem definir estratégias de Diversidade, Equidade e Inclusão voltadas a gênero, 19% planejam executar algum plano ou ação específica sobre equidade salarial de gênero e uma quantidade ainda menor (13%) têm a intenção de criar um comitê de acompanhamento do assunto.

 

Quando o assunto é treinamento das lideranças para o tema, os números também apontam baixa adesão: apenas 26% das empresas têm como próximo passo montar planos nesse sentido. A maior parte (75%) optou por fazer apenas diagnósticos e 39% aguardam movimentações de mercado e dos concorrentes antes de aplicar novas medidas para reduzir as diferenças salariais entre trabalhadores.

 

Outro ponto que chama a atenção é que apenas 21% das empresas que divulgam o documento têm campanhas estruturadas sobre equidade salarial, com comunicação voltada ao público interno e 5% realizam comunicação regular, com a divulgação de boletins para funcionários.

 

Metade das companhias entrevistadas não tinham, no momento da pesquisa, campanhas em andamento, mas disseram estar abertas a iniciativas futuras.

 

O QUE CAMINHOU?

Do lado positivo, a amostragem revela que um número crescente de empresas vem publicando o documento. Segundo a Mercer, 82% das empresas ouvidas já divulgam o relatório, apenas 10% não o fazem e um grupo ainda menor (8%) decidiu ainda não divulgar os dados relativos à equidade salarial dos colaboradores.

 

Já no que se refere ao canal escolhido para a divulgação, a maior parte (88%) utiliza seu site, disponibilizando o arquivo do relatório para download. A segunda opção mais escolhida (14%) foi enviar comunicados internos, outras 10% escolheram reuniões mensais, utilizando a rede interna de comunicação (intranet) ou algum aplicativo, sem, porém, possibilitar o download. Já 4% escolheram apenas divulgar trechos dos relatórios em suas redes sociais oficiais.

 

A pesquisa também indica que, embora o time de Recursos Humanos seja o mais envolvido no processo de divulgação dos Relatórios de Equidade Salarial, a complexidade do tema faz com que várias outras áreas das companhias participem ativamente do processo. São os casos das equipes de comunicação interna, mencionadas por 64% das organizações; Jurídico e Compliance, citadas por 58%; Diversidade e Inclusão, por 25%; e Liderança Executiva, mencionado por 23% das companhias.

 

VALE A LEMBRANÇA

O primeiro relatório de transparência salarial mostrou que as mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens na mesma função.

 

 

 

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