08/12/2023 - 11h12
A chave para comunicar a não escolha de candidatos em processos seletivos
Clareza a inteligência emocional são fundamentais, orienta Alisson Souza, CEO da Abler
Ao conduzir um processo seletivo, comunicar que alguns profissionais não foram selecionados é uma etapa delicada, porém crucial no ciclo de recrutamento. Esse estágio não apenas reflete a transparência e respeito pela jornada de cada pessoa, mas também preserva a reputação da empresa no mercado.
De acordo com Alisson Souza, CEO e fundador da Abler, startup que conecta empresas e candidatos, alguns passos podem facilitar essa comunicação. O primeiro ponto a se ter em mente é que esse profissional, provavelmente, está passando por um momento difícil de recolocação, com uma expectativa de contratação. Por isso, é importante ter empatia, dando esse feedback pensando em como a pessoa irá receber essa informação.
O segundo ponto é ser objetivo ao passar um feedback negativo, pois esse é um momento que pode confundir o profissional. "Quanto mais direto o feedback, mais clara fica essa negativa para a pessoa. Apesar disso, ser claro não significa ter uma comunicação não emocional. É importante que essa interlocução seja positiva, trazendo pontos de melhoria para o profissional. Muitas vezes, se a pessoa está com alguma expectativa, pode não entender ou ter alguma reação adversa àquele feedback. Portanto, é preciso ter inteligência emocional para passar uma mensagem clara e precisa", orienta o especialista.
Também é fundamental apresentar uma justificativa completa, com os motivos que ocasionaram aquela negativa. No entanto também é preciso destacar pontos positivos daquele candidato. "Ao trazer os pontos negativos que justificam essa escolha, é importante dar direcionamentos claros do que deve ser melhorado, para que as fraquezas se transformem em virtudes em seu currículo. Esse feedback deve ser detalhado e construtivo para a carreira daquele profissional", pontua.
Para Alisson, os recrutadores devem saber exatamente o que levou a essa rejeição. Ter clareza sobre o motivo será a base para um feedback construtivo. Porém, só expor a razão não é suficiente. É preciso transformar o feedback em uma oportunidade de crescimento. “Se essa rejeição for uma questão comportamental, por exemplo, é importante deixar claro para a pessoa candidata quais comportamentos apresentados durante o processo seletivo não fazem sentido para aquela empresa", aponta.
Escolher o canal de comunicação em que essa negativa será apresentada também é um movimento fundamental. Segundo o especialista, e-mail e telefone são os canais mais comuns entre recrutadores e candidatos. Por e-mail, muitas vezes, é necessário que haja ainda mais empatia ao escrever o feedback. Afinal, a interpretação vai variar de pessoa para pessoa. Alisson salienta que é importante o parecer ser bem escrito, empático e objetivo para uma comunicação fluida. Por telefone, também é preciso que a comunicação seja clara, com o tom e a voz facilitando a percepção da mensagem. Ainda assim, é importante que seja um feedback empático, claro e objetivo.
Alisson acredita que o retorno negativo deve ser realizado o mais rápido possível. "Se um recrutador finalizou uma etapa do processo seletivo e tem em mente quais são aqueles que passarão para a próxima etapa, dar o retorno negativo para o restante dos envolvidos é o próximo passo. Esse feedback deve acontecer com agilidade, justamente para que não crie uma expectativa no profissional que, muitas vezes, está esperando uma notícia positiva do recrutador", alerta.
Mesmo com uma negativa para determinada vaga, é possível manter profissionais no banco de talentos. Dessa forma, a empresa pode preservar um relacionamento, seja enviando e-mails que mantenham esses candidato engajados com a companhia ou por meio da comunicação via outros canais, expondo novas oportunidades.
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