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Saúde e Bem-Estar

05/02/2025 - 12h15

Empresas precisam estar atentas a cinco aspectos de saúde mental

As recentes mudanças regulatórias e a segurança psicológica estão na lista de especialistas

 

 

Janeiro Branco terminou, mas a saúde mental permanece na pauta do mundo empresarial. Mais do que isso, ganha cada vez mais necessidade de atenção. Dados da Anamt (Associação Nacional de Medicina do Trabalho) revelam que cerca de 30% dos profissionais brasileiros sofrem de burnout, impactando diretamente o bem-estar dos colaboradores e o desempenho financeiro das empresas. Além disso, um estudo da Vittude, especializada em programas de saúde mental para empresas, feito em parceria com o Opinion Box, aponta que 40% das pessoas percebem o trabalho como uma fonte significativa de estresse e desgaste mental.

 

Nos próximos meses, mudanças regulatórias irão redesenhar as prioridades corporativas, como a NR-1 (Norma Regulamentadora No 1), que exigirá o gerenciamento de riscos psicossociais nas empresas. Com essas alterações, a saúde mental, antes vista como um diferencial, torna-se uma exigência no ambiente de trabalho. Para ajudar as companhias de diversos tamanhos a se preparar, especialistas listam cinco pontos de atenção:

 

► Mudanças regulatórias exigirão atenção e ação imediata

A partir de maio de 2025, a NR-1 passa a demandar que organizações incluam o mapeamento de fatores psicossociais em seus relatórios de gerenciamento de riscos, a serem apresentados periodicamente ao governo. "Será obrigatório identificar parâmetros psicossociais, adotar medidas preventivas contra o adoecimento mental, gerenciar a sobrecarga de trabalho e promover ambientes saudáveis, livres de assédio", enfatiza Tatiana Pimenta, fundadora e CEO da Vittude.

 

► Saúde mental como fator competitivo no mercado de trabalho

Investir em programas de saúde mental deixa de ser um diferencial e se tornará uma vantagem estratégica, especialmente para as novas gerações, que valorizam ambientes que promovam equilíbrio e qualidade de vida.

 

► Segurança psicológica como pilar essencial

Equipes só prosperam em ambientes onde se sentem seguras para se expressar sem medo de julgamentos, assim, o treinamento de líderes é crucial para sustentar segurança psicológica. Nesse sentido, diz Carine Roos, especialista na criação de ambientes corporativos humanizados e CEO da Newa, é urgente a criação de uma cultura que promova confiança, empatia e resiliência. “Priorizando o descanso e a saúde mental, as organizações criam uma cultura de valorização e respeito, em que os colaboradores se sentem à vontade para compartilhar ideias, buscar apoio e colaborar sem receio de julgamentos".

 

 Integração com a tecnologia

O uso de tecnologia para promover a saúde mental ganha força em 2025. Ferramentas como aplicativos de meditação, plataformas de telepsicologia e sistemas de análise de bem-estar ajudam empresas a monitorar e apoiar a saúde emocional das equipes. “Empresas que investem em soluções tecnológicas para mapear fatores de risco, oferecer apoio psicológico remoto e promover atividades preventivas se posicionam à frente no cuidado com seus colaboradores", sugere Tatiana. Além disso, essas ferramentas possibilitam abordagens personalizadas e acessíveis, aumentando o engajamento dos funcionários com programas de saúde mental.

 

► Políticas de equilíbrio entre vida pessoal e profissional 

Com a crescente demanda por jornadas de trabalho flexíveis, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional se tornou prioridade. Empresas que revisam suas políticas para evitar sobrecarga, como a implementação de semanas reduzidas ou políticas de “desconexão digital”, terão melhores resultados no combate ao burnout. Condições que permitam aos colaboradores desconectar-se nos horários de descanso são fundamentais para prevenir o esgotamento e aumentar a produtividade no longo prazo. “Isso demonstra um comprometimento das organizações com a qualidade de vida de suas equipes, gerando retenção de talentos e satisfação", garante Carine.

 

 

Foto: Shutterstock