
10/02/2025 - 10h54
O que sua empresa tem feito para atender às mudanças da NR-1?
Fiscalização será feita pelo MTE tanto em atendimento a denúncias como de forma planejada
A partir de 26 de maio, todas as empresas do país serão obrigadas a incluir a avaliação de riscos psicossociais no processo de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho. A exigência faz parte da atualização da NR-1 (Norma Regulamentadora 1), realizada pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) em agosto do ano passado, e representa um marco na proteção da saúde mental dos trabalhadores.
A fiscalização será feita pelo MTE, tanto de forma planejada quanto por meio de denúncias. Setores com alta incidência de adoecimento mental, como teleatendimento, bancos e estabelecimentos de saúde, serão priorizados.
Durante as inspeções, os auditores fiscais avaliarão aspectos da organização do trabalho, buscarão dados de afastamentos por doenças como ansiedade e depressão, entrevistarão trabalhadores e analisarão documentos para identificar possíveis situações de risco psicossocial.
A mudança na NR1 busca reduzir o impacto de fatores como metas excessivas, jornadas prolongadas, assédio moral, falta de autonomia e conflitos interpessoais. Caberá às empresas identificar e gerenciar riscos como parte das medidas de proteção à saúde dos trabalhadores.
De acordo com o Relatório Mundial de Saúde Mental da OMS (Organização Mundial da Saúde), de junho de 2022, 15% dos adultos em idade laboral já sofreram com algum transtorno mental. No Brasil, dados do Ministério da Previdência indicam que transtornos mentais, incluindo episódios depressivos, estão entre as dez principais causas de afastamento do trabalho.
Para a professora Ana Caroline Santana, da Human SA, grupo educacional voltado ao desenvolvimento de habilidades humanas, a atualização da NR-1 é um passo na prevenção do esgotamento profissional. "A síndrome de burnout é marcada por sinais como redução da produtividade, irritabilidade e dificuldade em realizar tarefas que antes eram feitas com facilidade. Essa reclassificação e a exigência de avaliação dos riscos psicossociais refletem uma conscientização crescente sobre os impactos do ambiente de trabalho na saúde mental."
Além disso, completa a profissional, a mudança representa avanço significativo na construção de ambientes corporativos mais saudáveis. Ana Caroline recomenda que as empresas atuem de forma preventiva, implementando rodas de conversa sobre saúde mental, capacitando as lideranças em gestão emocional e oferecendo suporte especializado. "Por outro lado, os indivíduos devem praticar a autocompaixão, estabelecer metas realistas e manter atividades de lazer além do trabalho", completa.
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